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Pertinho de uma palmeira imperial, bela e digna descendente de suas ancestrais, provenientes das Ilhas Maurício e presenteadas ao príncipe regente D. João VI,
quase à sombra da legitima indiana mangueira,
por pouco não empurrando a brasileiríssima jabuticabeira
e brincando de roda com a hortelã, o alho poró e as alfaces,
desponta gaiato, forte e formoso, um jindungo Angolano.
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Obrigada Bé Maria pelas sementes com que me presenteou em Fevereiro!
Dulce,
ResponderExcluirvocê consegue deixar as pimentinhas doces!
M Inês
Amiga
ResponderExcluirÉ um fruto?
Bjo
Lucia
É uma pimentinha miuda e muito ardida Lucia.
ResponderExcluirBjs
Dulce, pimentinha é favor! ;) Essas são mesmo aquelas que "fumegas por todos lados". beijo
ResponderExcluirHum adoro!!!
ResponderExcluirElas apimentam a vida!
beijinhos
Dulce,
ResponderExcluirO avivar do gosto dado por um jindungo. Tenho em casa mas em frasco de supermercado e não é nada que se compare. Vou ver se arranjo um para a minha mini horta!
Beijo
Eis o ingrediente indispensável para dar o sabor adequado a tudo e, mais importante, a uma bela funjada
ResponderExcluir;-)
Mais uma descoberta do recanto das surpresas...
ResponderExcluirQuem sabe ainda vou provar alguma iguaria condimentada com esse jingungo?
1 beijo!
É um gosto ver crescer aquilo que plantamos! São como filhos nossos!
ResponderExcluirO piripiri português e moçambicano, aka jindungo ou gindungo em Angola, é um caso interessante de popularidade e fermenta paixões e saudade e nostalgia pela generalidade dos que tiveram a ventura de comer um frango de churrasco ou à cafreal e recordam o ritual da esfrega do galináceo com uma mistura de sal grosso, limão e jindungo, enquanto assa. E eu digo um caso interessante, porque acho que o piripiri é o parente pobre das especiarias que adquiriram, por virtude própria, um destacado lugar na gastronomia de portugueses e espanhóis a partir do século XV.
ResponderExcluirNa verdade, nunca o piripiri adquiriu a importância de outras ervas aromáticas e especiarias como a pimenta, a noz-moscada, a canela, o cominho, o cravinho e o açafrão na gastronomia provinda dos delicados sabores e odores destas últimas especiarias. Porque (isto vai parecer herético…), o piripiri não sabe, apenas pica. Daí as inúmeras receitas para molhos de piripiri, quer caseiros quer industriais, sendo destes últimos, o mais conhecido talvez o americano Tabasco, feito á base de pimenta vermelha ou verde. Em África (tanto em Angola como Moçambique), a receita mais comum consiste na infusão de piripiri/jindungo num recipiente com uísque, quartos de limão e uma tampa de azeite. Uma mistura que pode durar anos e para consumo directo no prato, não em confecção.
Portanto, dito isto, acho extraordinária a pulsão que o piripiri/jindungo gera nas pessoas, sabendo-se da inexistência das suas qualidades sápidas (é aqui que algum angolano ou moçambicano me bate outra vez…), quando comparado com a pimenta, por exemplo. Será uma leva de saudade, um hino à nostalgia, carisma e magia africanas, será, frequentemente, uma afirmação de valentia que, muitas vezes, nos enche os olhos de lágrimas, a garganta de tosse e a língua de fogo, mas lá saber… que me seja perdoada, uma vez mais, a heresia, não sabe. Mas que tem qualquer coisa que lhe confere esta tremenda popularidade e iconoclastia, tem. Resta saber o quê. Aceito e agradeço que alguém me explique.
Sem embargo da alegria que se sente e do carinho que se dispensa a um pé de jindungo plantado em casa…como o teu, ainda por cima com a capacidade de te fazer produzir mais um texto curto e lindo, como é teu timbre. Mas, Dulce, eu tinha que dizer «isto» acerca do jindungo :)))))
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