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Certa vez, após uma sessão de muitos
“nãos”, ouvi de meu filho de 8 anos:
-Você é a pior mãe do mundo.
O que na primeira fração de segundo
tanto me magoou, rapidamente trouxe um grande bem estar, e disparou minha
resposta de supetão:
-Marcelo, saiba que me considero
tremendamente elogiada com a
classificação que acabou de fazer de mim. São “nãos” difíceis de dar, mas são
fruto do amor que tenho por você.
Há poucos minutos atrás, quase 20
anos depois desse nosso dialogo, ao ler um texto que ele acabou de publicar no
facebook, tive certeza do quanto valeu cada um dos tão difíceis “nãos de amor”.
PARABÉNS filho e obrigada pelo
presente deste lindo texto que, guardadas as devidas proporções, é para mim uma
vitória tão grande quanto o bacharelato.
Homem feito, bonito sob todas as
facetas, OBRIGADA pela honra de ser sua mãe!
“Em meados do mês de Dezembro de 2008, ano em que eu
ainda cursava Analise de Sistemas, escutei de um professor de Antropologia que
ele sentia muito em dizer mas eu não me formaria antes da Copa do Mundo no
Brasil. Achei aquilo um absurdo, afinal o certo seria finalizar o curso em
2012, dois anos antes da Copa, ou seja, tinha comigo uma bela margem para
futuramente “jogar na cara” desse mesmo professor que ele estava errado.
E então, esse professor estava certo. Ao longo desses 7 intermináveis anos, em que mudei de instituição por
duas vezes, de curso por três, e pelas diversas turmas que frequentei sempre me
vinha na cabeça: “Seria a praga lançada por aquele professor?”. Não poderia ir
embora da faculdade sem responder essa pergunta.
É incrível como a vida nos prega cada peça, por um acaso do
destino, hoje, dia 11/12/14, dia em que fui a faculdade receber a nota final do
meu TCC, encontro com aquele, que até então tinha como “maldito professor”. A
princípio fiquei com medo de não ser reconhecido, mas para minha surpresa fui
abordado por ele com uma simples frase: “Você por aqui???”. Senti um misto de
raiva/dever cumprido e por um momento quase respondi, “Claro!!! Você devia
saber”, rsrsrs, mas não, me contive e começamos a bater um papo. Contei para
ele toda a minha jornada até aquele dia e até mesmo a minha dúvida sobre a
praga, rsrsrs. Foi então que ele me esclareceu motivo por ter falado aquilo.
Disse que eu era apenas um aluno recém formado do ensino médio que não tinha a
mínima noção de como enfrentar o mundão ai fora e que apenas um choque de
realidade e/ou vivência me faria um ser humano/profissional melhor. Mal sabe
ele, tudo que essa frase me proporcionou, rsrsrs.
A caminhada não foi fácil, troca de faculdade, troca de curso,
troca de grade, troca de turno e nada parecia dar certo, e por final, o mais
difícil não foi tudo isso, e sim a resistência em assimilar o porque de todos
os seus amigos e amigas, mais velhos ou mais novos, estavam se formando antes
do que eu. Por diversas vezes tentei desistir, afinal é sempre mais fácil fugir
dos problemas, mesmo que eles voltem muito pior no futuro, mas felizmente
sempre me circundei de pessoas que não pensavam apenas em passar a mão na minha
cabeça para me verem bem no presente, mas sim no meu futuro.
Hoje, formado, bacharel em administração de empresas, vejo que a
faculdade não trouxe para mim apenas um aprendizado teórico, enxergo que foi
muito além do que eu esperava. Esse longo período me concedeu diversas
experiências, amizades e aprendizados.
Acho que nesse momento devo agradecer todos que de alguma forma
contribuíram para minha formação, meus pais, namorada, maninha querida, familia
inteira, amigos de longa data, amigos da faculdade, clientes, professores, e
até mesmo aquele que agora o tenho como “bendito professor”, rsrs.
Um abraço forte de um Braguinha que agora pode dizer que amou
toda essa experiência!
Falouuu!!!”