Há dias que não deveríamos ter saído da cama!
Hoje foi um deles.
Com a mesa cheia de trabalho tive que passar o dia resolvendo um problema com impressão de etiquetas. Isso porque o fornecedor das ditas cujas, teria por obrigação me dar suporte para a resolução do problema, mas simplesmente não o fez. Depois de ligar dezenas de vezes para a empresa e nunca ter ninguém da área técnica disponível para me atender, arregacei as mangas, ou melhor, juntei todos os neurônios que achei disponíveis no cérebro sem estarem raivosos e no que certamente eles gastariam 5 minutos para me explicar eu levei o dia inteiro para solucionar. Tudo porque dependia disso para poder colocar roupas na produção, onde a lei me obriga a costurar uma tal etiqueta, no avesso, que tem um monte de símbolos que ninguém lê.
Com a mesa cheia de trabalho tive que passar o dia resolvendo um problema com impressão de etiquetas. Isso porque o fornecedor das ditas cujas, teria por obrigação me dar suporte para a resolução do problema, mas simplesmente não o fez. Depois de ligar dezenas de vezes para a empresa e nunca ter ninguém da área técnica disponível para me atender, arregacei as mangas, ou melhor, juntei todos os neurônios que achei disponíveis no cérebro sem estarem raivosos e no que certamente eles gastariam 5 minutos para me explicar eu levei o dia inteiro para solucionar. Tudo porque dependia disso para poder colocar roupas na produção, onde a lei me obriga a costurar uma tal etiqueta, no avesso, que tem um monte de símbolos que ninguém lê.
Resolvi o problema no final do dia e quando me preparava
para ir para casa tomar aquele banho, revigorante e relaxante, e mergulhar no livro que tenho à minha espera na
mesinha de cabeceira, e que certamente me fará decolar para habita diferente
daquele que tanto me cansou hoje, percebi que minha agenda neural acusava ainda um
compromisso para o final do dia: a promessa que fiz a uma amiga para tomar um
cafézinho na casa dela. Com uma sensação de ressaca cerebral, mas por razões que o
bom senso desconhece, achei que até me faria bem se antes de ir para casa desse
uma espairecida e não desmarquei o encontro. Passei no Mall perto do trabalho,
estacionei o carro e fui comprar um vasinho de flores e uns biscoitos.
Para minha surpresa o lado mau de meu dia parecia ainda não
ter acabado e quando voltei ao carro e acionei o alarme para abri-lo, não escutei o som característico do destrave das portas. Cheguei mais
perto, achando que a bateria do alarme pudesse estar fraca mas, apesar da
luzinha da caixinha suspensa na chave acender, nenhum som vinha do carro.
Mesmo antevendo o constrangimento que passaria com o alarme
disparando pela abertura manual, resolvi enfiar a chave na fechadura...NAAAAADA
A chave não girava!
Nesse meio tempo, dois seguranças do Mall, vieram em meu socorro e eu desajeitada com os biscoitos numa mão e as flores acomodadas entre o antebraço e o braço, tentei
explicar que o carro estava certamente com pane elétrica porque as portas não
respondiam ao acionamento do alarme e nem abriam manualmente.
Um deles pergunta:
-A senhora conhece alguma oficina elétrica pra chamar?
Eu:
-Sim , mas vou ligar para o meu escritório e pedir que
alguém venha em meu socorro porque não tenho o contato da oficina comigo.
O outro segurança:
-Ainda bem que aconteceu aqui, que a senhora pode ficar sem
medo enquanto espera, que nois está por perto.
Eu, enquanto apoiava as flores e os biscoitos no capô do carro
para ficar com as mãos livres à procura do celular na bolsa e tão nervosa
que quase me passa despercebida a
pedrada na língua portuguesa:
-É verdade sim. Se tinha que acontecer, ainda bem que foi
aqui.
Preocupada com as flores que assavam em cima do capô sob um
sol escaldante, e maldizendo o tamanho da bolsa tipo mala que tantas vezes
jurei para o ortopedista reduzir, escuto um som familiar vindo de dentro do carro.
Era meu celular que tocava! Não faltava mais nada! Eu tinha esquecido o celular dentro do
carro. Tudo porque no caminho entre o escritório e o Mall liguei pra minha
amiga a confirmar a visita. Juro que minha vontade era chorar. Eu estava
mesmo a ponto disso quando a moça da floricultura me perguntou o que estava
acontecendo e diante de tudo o que lhe contei ela me ofereceu o conforto do ar
condicionado da floricultura e o telefone para fazer as ligações que precisasse. Nada como um gesto de carinho
para nos fortalecer. Compus-me, salvei a flor do assadouro colocando-a sobre o
balcão da floricultura, liguei para o escritório, e pedi que alguém viesse me
socorrer.
Alguns minutos depois, chega o socorro com um sorriso carinhosamente zombeteiro no rosto, estaciona o carro atrás do meu inerte e diz
pela janela aberta:
-Dulce, minha filha, ainda não percebeste que estás tentando abrir o carro
com a chave deste que eu estou dirigindo?
-Como assim pai?-Pergunto eu
-Saíste com as chaves dos dois carros. Eu tive que pegar
a chave reserva pra chegar aqui. Procura a chave certa na tua bolsa que
conseguirás abrir o carro com facilidade.
Alguém consegue imaginar a minha cara?
Essa mesmo...