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Convite para um cafezinho é algo que posso até adiar mas
raramente rejeito.
Assim foi na ultima terça feira quando uma amiga me ligou
para ir até à casa dela.
Convite inadiável e irrecusável naquele dia frio, para dois
dedinhos de prosa, acompanhados de um bolo tirado do forno há poucos minutos e
um café que aguardava ser coado quando eu chegasse.
Sim, coado à maneira antiga, porque ela é mineira. Naquela
casa, a máquina de café expresso é usada
só de vez em quando porque, na sua opinião, além de ser muito mais caro não é
tão saboroso.
O pó para o cafezinho de todos os dias vem de uma fazenda de
Minas Gerais e a mistura fumegante e deliciosa é coada na mesa diretamente nas
xícaras. Uma maneira tradicional, aromática, saborosa e bucolicamente charmosa
de servir o café, que ela agigantou quando adicionou ao convite a alusão à
ótima cozinheira Marinilza recém contratada.
Fim de tarde, dia de muito trabalho, o estomago nem se
lembrava mais de ter almoçado e lá vou eu.
Minutos depois de eu chegar, minha amiga foi até à
cozinha pedir que Marinilza fizesse o café e servisse o bolo.
Eu não sei se foram 15, 20 ou 30 minutos, mas tenho certeza que
já era hora do café ter chegado quando minha amiga pediu licença novamente e foi
à cozinha verificar o que se passava.
Poucos segundos depois quando comecei a perceber que algo
errado acontecera ela voltou e disse-me:
-Dulce, não sei se será o melhor , mas acho que você vai
tomar o café mais caro da sua vida.
Perante minha expressão interrogativa ela continuou:
-Marinilza não achou o recipiente com o pó de café e não
teve duvida. Abriu 30 cápsulas de café nespresso para colocar no coador.
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