É muito mais que uma simples chave! trata-se inequivocamente de um maboquímetro, dispositivo muito usado no final do século 19, onde os agricultores cavavam a terra para depositar as sementes na cavidade com tamanho adequado. Depois de bem lavado, o maboquímetro servia para medir o tamanho dos frutos classificando-os para venda no mercado regional (pequenos), nacional (médios) e exportação (grandes), razão de se chamar maboquíMETRO. Era assim: o fruto era inserido entre as duas hastes do dipositivo e, conforme o espaço interno ocupado, atribuía-se uma classificação. Mas não era só isso! Uma vez o fruto colhido, inseria-se a pequena ponta que se formava após a intersecção das duas hastes do maboquímetro para perfurar a casca mas sem agridir o conteúdo, método este exigido pelo Ministério da Agricultura da época para avaliação amostral da polpa. Outra função: fechar os contêineres onde os maboques tipos médio (mercado nacional) e grande (for export)eram acondicionados para longas viagens, contêineres estes também chamados de "malas", pois eram caixotes feitos de cânfora(para o mercado ocidental) ou de sândalo (para o mercado asiático), visando preservar as propriedades medicinais do maboque. At last but not least, o maboquímetro servia de ferramenta para escultura nas malas de cânfora destinadas exclusivamente ao mercado internacional. Cada família de agricultores esculpia seus desenhos e brasões no exterior dos contêineres, já que não havia etiqueta de identificação nem CNPJ dos remetentes, de sorte que o visual externo servia como logomarca. O livro mostrará várias fotos de diversos tipos de esculturas em malas de cânforas, em raros exemplares sobreviventes e que ainda hoje são preservadas como artefato de decoração. Não se tem notícias de malas de sândalo pois o mercado afro-asiático durou pouco tempo. Esta foi muito fácil! What next?!
Alexandre Xlep...xlep....xlep... (palmas...muitas palmas...)!!! Aguarde o próximo post e: In the next you must use the maboquímetro as 3th função e então... bjs
Estarei por conhecer a primeira mulher que tenha saído de Angola, com tempo para arrumar as «bicuatas», que não tenha uma mala de cânfora. Por qualquer razão que me escapa, a mala de cânfora pertence ao meu imaginário infantil, de tal sorte que em criança eu jamais conseguiria dissociar a imagem de uma mãe, tia ou avó que não tivesse uma mala de cânfora. Era uma inevitabilidade, um atavio das pessoas mais velhas.
Ao que parece, não escapaste ao sortilégio e tens a tua própria mala de cânfora, numa altura em que haverá muitas mulheres que não sabem já, sequer, o que é a cânfora nem, possivelmente, uma mala.
A minha juventude está povoada de malas de cânfora. A caminho de Moçambique, de regresso a Lisboa, a caminho de Angola, de regresso de Angola, a caminho da África do Sul e já não houve regresso da África do Sul porque as malas de cânfora que eu tinha e que cuidadosamente tinha arrumado num camião de Luanda a caminho de Johannesburg foram assaltadas numa rua de Nova Lisboa e o motorista, meu conhecido, foi morto. Nunca mais tive malas de cânfora. Os tempos mudaram e eu, entretanto, deixei de ter coisas que merecessem ser arrumadas numa mala de cânfora. Passei a ter «sansonites» e «briefcases», tudo passou a acontecer muito mais rapidamente e até as minhas recordações das entranhas das malas de cânfora se diluiram rapidamente na voracidade dos dias e no desassossego das viagens que fizeram questão de integrar o meu quotidiano. Não sei, assim, hoje, se é bom ter ainda malas de cânfora. Aparentemente é bom, vejo que te proporciona um «próximo post» e algum mistério para a romagem de saudade que o teu livro promete ser. Será bom?
Espumante Olá...fica à vontade...aceitas uma manga? "Será bom?": o livro ou ter malas de cânfora? Elas povoam a tua infancia e tb a juventude. Tu as tens, assim como eu! Épocas houve, que estar permeada por seu aroma em minhas lembranças, não me era agradável. Hj é extremamente prazeroso. Bjs
tbm fiquei com uma chave de uma mala de canfora e ela não sei por anda, aliás sei queimada porque o armazém que deixamos nossas coisas pegaram fogo em Nova Lisboa, onde guardava todos os segredos da juventudo,livro de autógrafos diário feito num caderno com a capa toda de colagem de pôr de sol feito por mim etc, etc....coisas de "retornados"
É muito mais que uma simples chave! trata-se inequivocamente de um maboquímetro, dispositivo muito usado no final do século 19, onde os agricultores cavavam a terra para depositar as sementes na cavidade com tamanho adequado. Depois de bem lavado, o maboquímetro servia para medir o tamanho dos frutos classificando-os para venda no mercado regional (pequenos), nacional (médios) e exportação (grandes), razão de se chamar maboquíMETRO. Era assim: o fruto era inserido entre as duas hastes do dipositivo e, conforme o espaço interno ocupado, atribuía-se uma classificação. Mas não era só isso! Uma vez o fruto colhido, inseria-se a pequena ponta que se formava após a intersecção das duas hastes do maboquímetro para perfurar a casca mas sem agridir o conteúdo, método este exigido pelo Ministério da Agricultura da época para avaliação amostral da polpa. Outra função: fechar os contêineres onde os maboques tipos médio (mercado nacional) e grande (for export)eram acondicionados para longas viagens, contêineres estes também chamados de "malas", pois eram caixotes feitos de cânfora(para o mercado ocidental) ou de sândalo (para o mercado asiático), visando preservar as propriedades medicinais do maboque. At last but not least, o maboquímetro servia de ferramenta para escultura nas malas de cânfora destinadas exclusivamente ao mercado internacional. Cada família de agricultores esculpia seus desenhos e brasões no exterior dos contêineres, já que não havia etiqueta de identificação nem CNPJ dos remetentes, de sorte que o visual externo servia como logomarca. O livro mostrará várias fotos de diversos tipos de esculturas em malas de cânforas, em raros exemplares sobreviventes e que ainda hoje são preservadas como artefato de decoração. Não se tem notícias de malas de sândalo pois o mercado afro-asiático durou pouco tempo. Esta foi muito fácil! What next?!
ResponderExcluirAlexandre
ResponderExcluirXlep...xlep....xlep... (palmas...muitas palmas...)!!!
Aguarde o próximo post e:
In the next you must use the maboquímetro as 3th função e então...
bjs
eh eh eh eh... muito bom o comentário do Alexandre. :)
ResponderExcluirEstarei por conhecer a primeira mulher que tenha saído de Angola, com tempo para arrumar as «bicuatas», que não tenha uma mala de cânfora. Por qualquer razão que me escapa, a mala de cânfora pertence ao meu imaginário infantil, de tal sorte que em criança eu jamais conseguiria dissociar a imagem de uma mãe, tia ou avó que não tivesse uma mala de cânfora. Era uma inevitabilidade, um atavio das pessoas mais velhas.
ResponderExcluirAo que parece, não escapaste ao sortilégio e tens a tua própria mala de cânfora, numa altura em que haverá muitas mulheres que não sabem já, sequer, o que é a cânfora nem, possivelmente, uma mala.
A minha juventude está povoada de malas de cânfora. A caminho de Moçambique, de regresso a Lisboa, a caminho de Angola, de regresso de Angola, a caminho da África do Sul e já não houve regresso da África do Sul porque as malas de cânfora que eu tinha e que cuidadosamente tinha arrumado num camião de Luanda a caminho de Johannesburg foram assaltadas numa rua de Nova Lisboa e o motorista, meu conhecido, foi morto. Nunca mais tive malas de cânfora. Os tempos mudaram e eu, entretanto, deixei de ter coisas que merecessem ser arrumadas numa mala de cânfora. Passei a ter «sansonites» e «briefcases», tudo passou a acontecer muito mais rapidamente e até as minhas recordações das entranhas das malas de cânfora se diluiram rapidamente na voracidade dos dias e no desassossego das viagens que fizeram questão de integrar o meu quotidiano. Não sei, assim, hoje, se é bom ter ainda malas de cânfora. Aparentemente é bom, vejo que te proporciona um «próximo post» e algum mistério para a romagem de saudade que o teu livro promete ser.
Será bom?
Beijinho
Mike
ResponderExcluir:))
Espumante
ResponderExcluirOlá...fica à vontade...aceitas uma manga?
"Será bom?": o livro ou ter malas de cânfora?
Elas povoam a tua infancia e tb a juventude. Tu as tens, assim como eu! Épocas houve, que estar permeada por seu aroma em minhas lembranças, não me era agradável. Hj é extremamente prazeroso.
Bjs
tbm fiquei com uma chave de uma mala de canfora e ela não sei por anda, aliás sei queimada porque o armazém que deixamos nossas coisas pegaram fogo em Nova Lisboa, onde guardava todos os segredos da juventudo,livro de autógrafos diário feito num caderno com a capa toda de colagem de pôr de sol feito por mim etc, etc....coisas de "retornados"
ResponderExcluir...Coisas de gente....pedaços de vidas...
ResponderExcluirEu tenho a mala e não tenho chave. Onde poderei encontrar uma chave?
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