SABOR DE MABOQUE - NDAPANDULA MAMA ÁFRICA

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domingo, 16 de junho de 2013

Cadê o ladrão?

Cadê o ladrão das nêsperas do meu jardim?
Alguém consegue descobri-lo nesta nespereira?
 
                                                                     Agora ficou fácil!
                                                                              Achou?

Quando escolhi as espécies frutíferas que cresceriam em meu jardim, uma foi em homenagem à nespereira  gigante que servia de suporte a um balanço no meu quintal angolano, cujos ramos frondosos também protegiam do sol uma grande gaiola circular, construída em alvenaria e tela aramada,  para abrigar passarinhos de várias espécies.
 
Sombra de muitas estripulias, quedas, arremessos bucais de caroços em quem passava sob sua copa e esconderijo de muita confidencia infantil, não poderia deixar de ser homenageada em minha casa brasileira.
Dez anos se passaram e o sonho de ver a árvore adulta e produtiva se concretizou, mas certamente não era só eu que ansiava por esse dia.
Sem qualquer parcimônia, permissão ou maneirismo, bandos de incontáveis maritacas, invadem sem cerimônia meu jardim e se refestelam com minhas nêsperas.
Senhoras donas maritacas, eu não me incomodo de dividir os frutos.
Como já devem ter percebido sou uma apreciadora de todas as tribos que sobrevoam meu jardim, por aqui se banqueteiam e me deliciam com seu colorido, seus pios, gorjeios, chilreados, assovios e trinados, mas depois deste discurso saudosista e sentimentalista, façam o favor de comer com moderação e sem desperdício, senão serei obrigada a repensar, meus conceitos do ecologicamente correto e quiçá ainda me farão lamentar os muitos passarinhos que na surdina libertei da gaiola.
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5 comentários:

  1. Por menos do que isto (limitei-me a plantar um feijoeiro que nasceu, envergonhado, por entre tufos do capim que bordejava uma nascente nas traseiras de minha casa), o meu pai achou que na agricultura, agronomia, agrologia, patologia vegetal e outros palavrões correlativos residia o meu futuro. Foi um tremendo erro de «casting» que mais tarde me vi forçado a amenizar com a devida correcção do azimute do meu destino académico. Também há quem fale de nêsperas, mas tenha mais jeito para verter poesia simples e bonita (como tudo o que é simples e nos sai da alma). O que é sempre preferível a quem fale de odes, métrica e rimas e resolva semear beldroegas ou enxertar um maboqueiro. Enfim, são as vicissitudes de quem, ao longo da vida, vai tropeçando com o reino vegetal. Sobretudo quando ele é atacado avidamente por maritacas, que eu presumo serem uns passarinhos simpáticos que proporcionam posts bonitos, mas a que as nêsperas não devem achar graça nenhuma. Nota: - Sem embargo do post mavioso que delas saíu, as nêsperas têm, tragicamente para elas, o nome mais feio com que os homens se lembraram de as baptizar. Concordas?

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  2. Elas são lindas e barulhentas, se empanturram de coquinhos aqui na chácara, mas quando partem me deixam a esperar o seu retorno.

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  3. Ah agora vi! Xô maritaca!...
    Trás pelos menos umas sementinhas e solta aqui no meu canteiro!
    Garanto que deve ser da turma que vive no meu telhado discutindo futebol e de um tudo!!! Lindo Dulce, saudade...beijo!

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  4. Fazem parte de nós, aqui temos de ser permissivos ou o homem deixa de entrar nos seus territórios.
    Bj

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