SABOR DE MABOQUE - NDAPANDULA MAMA ÁFRICA

SABOR DE MABOQUE - NDAPANDULA MAMA ÁFRICA

domingo, 1 de novembro de 2009

TV e Internet






Numa tarde de domingo, deste ultimo Setembro vivi uma das mais excitantes emoções que já havia experimentado, quando no Domingão do Faustão, assisti ao debutar do Sabor de Maboque na televisão.
Não menos emocionante foi a noite do dia seguinte, quando às 22:00h, abri minha caixa de mensagens, o que foi um movimento atípico para uma noite de segunda feira pós aula de yoga, e encontro entre outras, uma de remetente desconhecido, mas com o assunto facilmente identificável :”Livro Sabor de Maboque”.
Assim dizia a mensagem:

“Cara Dulce!
Ontem ao assistir o “Faustão” fiquei muito curiosa sobre o livro
"Sabor de Maboque" (ai que saudades desta fruta)e fui pesquisar sobre vc.
entrei no teu blog e vi Nharêa e Colegio N.S. da Paz, enfim...por um acaso és a Dulce Tavares? Caso não sejas me desculpe mas é muita coincidência pois eu
sou angolana de Silva Porto.
grata
Paula Pires”


Após a troca de mais duas mensagens, liguei para ela e falamos durante um longo tempo por telefone, eu em Campinas e ela em São Paulo.
Depois de estudarmos vários anos na mesma sala de aula, como alunas internas num colégio no coração de Angola, nossas famílias se refugiaram da guerra civil daquele país no Brasil e moramos durante 33 anos a menos de 100km de distância.
Soube nesse telefonema que não poderíamos nos encontrar na próxima quarentena, pois ela estava com o embarque marcado para férias em Portugal, dentro de poucos dias.
Ontem véspera do retorno dela ao Brasil recebi as três fotos deste post.
Na primeira ela segura nas mãos o Sabor de Maboque comprado na cidade do Porto.
Na segunda ela aponta o seu rosto numa das fotos do livro e a outra mão apontando a própria imagem, pertence a uma prima sua, que também estudou no Colégio Nossa Senhora da Paz e cuja família retornou a Portugal para se refugiar do conflito militar.
Bem hajam os adventos da TV e da internet que permitem que vivamos emoções ímpares, como estas.
.......
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10 comentários:

  1. Ora, Dulce, os encontros e desencontros da vida são um ciclo, estou eu agora a chegar à conclusão.
    As pessoas que fizeram parte da nossa infância de repente evaporam-se, seguindo trilhos independentes, para depois, contrariando a regra matemática das duas paralelas que só no infinito se encontram, convergir, de novo, na nossa direcção.
    São segundas oportunidades.
    E não as devemos desperdiçar, para ter direito a essas emoções de que fala. :)

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  2. Si
    Ah...mas não vou desperdiçar mesmo...e quero ter direito a todas as emoções!:))))

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  3. eis os maravilhosos efeitos da globalização Dulce, e que nos permitem viajar no tempo, recuperar velhas amizades e assim reviver aquelas emoções suspensas pelas contingências da vida, um doce 'milagre', há que saborear essa oferta, tal como um maboque
    :-)

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  4. Flip
    Estou saboreando, me lambuzando e vou chupar os dedos...para não malbaratar gotinha sequer!:))

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  5. Para além da globalização, de que fala o Flip, temos estas novas tecnologias, que reduziram o mundo ao tamanho de um teclado. E que proporcionam extraordinários encontros. Que bom, Dulce! :-)

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  6. Cara Dulce

    O encontro entre Angolanos, traz sempre vibrações muito intensas.Com você não foi diferente.
    Se forem considerados como raça todos aqueles que foram levados a viver longe de sua pátria devido a uma guerra absurda, então somos uma raça em extinção.Isso nos aproxima ainda mais.
    Seu livro Sabor de Maboque despertou em mim muitas recordações: umas muito tristes, outras muito reconfortantes. Saiba que minhas irmãs também frequentaram o S. José de Cluny em Luanda.
    Além de angolanos, embora com idades diferentes, vivemos momentos muito semelhantes.
    O seu livro, que considero magnifico, é um testemunho que deveria ser seguido por todas as vítimas das descolonizações apressadas conduzidas por Portugal em 1975.

    Desejo que o seu livro tenha, como merece, o maior sucesso.


    Um abraço

    Antonio Marcelo

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  7. Olá Marcelo
    Obrigada pelos elogios e pelos votos de sucesso à minha cria.
    Concordo que o fato de estarmos longe de nossa pátria nos aproxima, mas infelizmente e embora gostasse muito de fazê-lo, não posso concordar que estejamos em extinção.
    Por mais absurdo e mais exemplos que tenhamos as guerras continuam e os refugiados multiplicam-se aos milhares.
    Torço para que o seu testemunho seja levado a cabo e que logo eu possa ter o prazer de lê-lo.
    Abraço

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  8. Dulce,

    Li seu livro em duas noites seguidas. Depois foram dias de correria e momentos de relexão. Reflexão para entender a emoção que tomou conta de mim ao recebê-lo no encontro de 30 anos de nossa turma. Certamente, não foi o encontro, que estava maravilhoso. Foi muito bom rever antigos colegas, mas isso não me levaria a emocionar-me como me emocionei chegando a ter a voz embargada. A emoção veio como uma espécie de premonição sobre o que iria encontrar no seu livro. O relato da sua experiência, descrito de forma tão despretenciosa, porém cheia de poesia que nos remete aos cheiros, aos carinhos, às amizades, as relações familiares resgata muito da nossa humanidade que vai ficando perdida nesses dia-a-dias que a vida nos leva. Parabéns, você escreveu um belo livro que me proporcionou imenso prazer na leitura, Um abraço.

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  9. Bira
    Jamais esquecerei a energia e a emoção do seu abraço. Belissimo momento!!!
    Obrigada
    Bjs

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