Copa I

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Quinta feira passada, durante uma ligação telefônica para uma clinica médica, me surpreendi com a telefonista/secretária, que como resposta à minha solicitação para agendar uma consulta médica para a próxima terça feira me disse:
-Senhora no período da manhã a agenda já está lotada e à tarde não estamos agendando nada porque tem jogo do Brasil.
Nada que não seja repetitivo, afinal já é minha nona copa como residente no país do Pelé, mas a roda viva em que giro nos últimos dias, não me tinha deixado ainda sentir a proximidade da febre nacionalista que envolve esta terra de Vera Cruz de quatro em quatro anos.
Bandeiras tremulam nos carros, nas janelas das casas e apartamentos, nas árvores, nas vitrines das lojas, nas roupinhas dos cachorros, nos esmaltes das unhas das mulheres, nos bonés, nas bandanas e principalmente nas camisetas deste povo que de peito estufado pode dizer como por muito poucas outras coisas que não sejam as que Deus generosamente doou a este pedaço do planeta, que nisso nós somos os melhores do mundo.
Disse somos? Sim porque apesar da naturalidade angolana, da nacionalidade portuguesa e do orgulho que tenho de sê-lo, usarei verde e amarelo e passei algum tempo da minha tarde de ontem costurando 55 metros, não é erro...costurei cinquenta e cinco metros de tecido verde e amarelo, que hoje amanheceram forrando 2/3 do muro da minha casa.
Claro que dia 15 pela amanhã e dia 21, estarei de verde e vermelho.
Só não conto o que farei dia 25...

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