SABOR DE MABOQUE - NDAPANDULA MAMA ÁFRICA

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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Cinzento

*

Dia sem sol

Não é cinza

É cinzento

Cor d’alma que aflige

Dor que corrói

Sentimento que deprime

Agonia que não acaba

Noite sem fim

Trovoada sem clarão

Poço fundo sem eco

Saliva de fel

*
*****
*


3 comentários:

  1. Há dias com depressões centradas a nordeste dos Açores (digo Açores porque dá mais jeito e me é mais familiar…) que provocam uma coisa vulgarmente designada por nuvens (água no estado gasoso). Essas nuvens tapam o sol (fogo em estado gasoso) e daí aos dias sem sol, cinzentos sem ser cinza (salvo em regiões com vulcões em erupção) é um passo. Mas não concordo contigo porque já tive dias cinzentos e não me pareceu que fossem da cor da alma (verdade que nem sei bem de que cor é a alma, mas isso não vem ao caso porque não sou muito dessas coisas). E também não me senti corroído por dor nenhuma, nem deprimido por sentimentos extremes nem agoniado por aí além. Quanto a noites sem fim, lembro-me duma, mas disseram-se depois que tinha bebido umas imperiais e a verdade é que a aurora acabou por aparecer (não, essa era a empregada, aurora, aurora, com minúscula) e trovoadas sem clarão e poços fundos sem eco…. Hummm… qualquer coisa me impele para a Adriana Calcanhoto, acho que se ela ler o teu post faz uma canção do tipo «avião sem asa». É só dar-lhe para ali :)
    Guardei, deliberadamente a saliva de fel para o fim. Não me sai nada… não consigo dizer uma chalaça de jeito. Nada. É uma expressão tão cinzenta que não me ocorre dizer mais nada. Devo ter tido um ataque de bílis, sei lá…
    Vai beber uma caipirosca, anda
    :)*

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  2. Oi, de novo. Brincadeiras à parte, o poema está lindo. :)*

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  3. Há dias amargos!
    E assim damos valor aos outros dias...

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