SABOR DE MABOQUE - NDAPANDULA MAMA ÁFRICA

SABOR DE MABOQUE - NDAPANDULA MAMA ÁFRICA

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Imprensa III

Há coisas que, ou se nasce para fazê-las ou só depois de muito treino se consegue executá-las com um certo ar de naturalidade.
Uma delas é ser entrevistada.
Há pessoas que agem com tamanha espontaneidade na frente de um microfone que me fazem acreditar que saíram do útero materno segurando um deles.
Eis que Sabor de Maboque me levou a esse pelourinho e dele só não implorei para sair, porque minha cria precisa disso neste momento como o ar que respiro. E o que não se faz por um filho?
Meia hora antes da entrevista, meu aparelho urinário deu alerta por 6 (SEIS!!!!) vezes, como se tivesse ingerido litros de algum diurético de primeira linha.
Ao toque do interfone, que anunciava a chegada da imprensa, somou-se a taquicardia que só se esvaiu alguns minutos depois que o fotografo acabou a sessão de fotos, com uma máquina enorme, a qual ele me disse ser de altíssima resolução, fazendo-me antever a quantidade exorbitante de rugas que ela será capaz de captar.
Sessão de fotos terminada, o fotografo se despediu para ir cobrir outra matéria e começamos o bate papo. Depois dos primeiros cinco minutinhos, quando já estava até começando a relaxar, as duas simpáticas jornalistas (isso mesmo duas , para duas matérias distintas!), ligaram um gravador cada uma e por mais que eu quisesse fazer de conta que eles não estavam lá, eles insistiam em chamar minha atenção.
Duas horas depois de ter começado o pergunta X responde e alguns golinhos de água de coco eu estava com a sensação de fim de exame oral e nenhuma certeza de ter sido aprovada, mas aliviada por ter terminado.
Despedidas feitas, bolsa no ombro e pego o caminho do escritório, com a estranha impressão que estava indo para uma viagem de férias.
Conclusivamente, trabalhar é um passeio delicioso se comparado ao stress que tinha acabado de vivenciar.
Três horas mais tarde, meu celular toca e quando atendo, alguém me diz:
-Aqui é do programa de TV Casual. Gostaríamos de entrevistá-la na quinta feira...

Amanhã se estiver viva conto como foi...


.......

20 comentários:

  1. :-D
    (os nervos do "antes" são terríveis. Mas o durante, para mim, é absolutamente sereno)

    Ah, amanhã cá estarei para ler o resultado da nova entrevista; vai ficar doutorada logo, logo, Dulce ;-)

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  2. Daqui a algum tempo vai tornar-se tão natural, que até se vai rir do nervoso miudinho das primeiras vezes.

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  3. Dulce, disse-me um entendido que até os mais experientes nunca deixam de sentir as «butterflies in the stomach». Vai ser, portanto, uma «via sacra», mas a cria merece-a. Força! :-D

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  4. Dar Alma, dar a Alma, ou, criar com alma é sempre assim: - erótico.

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  5. Vá-se habituando, Dona Dulce. Com as pessoas importantes é assim... (risada)

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  6. Dulce
    eis que começam a surgir no horizonte os custos da notoriedade, uma via sacra que terás de suportar com ânimo e a necessária diplomacia. Os benefícios também passam por aí, FORÇA.
    :-)

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  7. Fugidia
    Eu estou é precisando de um doutor, pois de tão tensa que fique estou com as costas travadas.:))

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  8. Será Carlos?
    E esse tempo para tudo se tornar natural demora para chegar?
    E o nervoso não foi miudinho não. Foi graudinho e eu não vejo a hora de rir dele!:))

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  9. Obrigada Luisa.
    Está certo que a cria está merecendo, pois está tendo um resultado que nem em meus melhores sonhos poderia imaginar, mas as borboletas eram tantas que invadiram todo o meu aparelho digestivo!:)))

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  10. Foi com, pela e para a alma! sabes disso né? bjs

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  11. Mike, não sei se me habituo! Ontem qdo cheguei para gravar a entrevista, me lembrei do Richard Gere no filme "Dança Comigo" na cena que ele chega pela primeira vez à academia de dança e quase volta para trás. Eu cheguei a pensar na possibilidade de...:))

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  12. Obrigada pela força Flip.
    Haja ânimo e coragem, porque a cria está se saindo muitissimo bem e está merecendo tudo isso!;))

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  13. E viv'ó BENFICA, o glorioso.

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  14. http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI81707-15220,00-SO+ESCREVO+OBRAS+IMPOSSIVEIS.html
    Dulce
    olha que interessante a reportagem do patricio,
    para te incentivar a continuar escrevendo...
    Eduardo Coelho

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  15. O pronunciador de só escrevo obras impossíveis ou desse título ou desse título/caminho no globo.com é macho. Por isso ele sonha com o impossível. Fosse ele mulher e o ego pastaria em outras pradarias. Insuflar-se-iam apenas padarias e os melões de vénus.
    Na FLIP, A. L. A. cedeu ao poder do marketing, deixou-se embriagar de melado de cana, abandonou os cús do judas pra se abrigar no senso comum, servir ao inconsciente coletivo, e, servir-se da media mais neoliberal do mundo(globo) para compor com a media do estado um bunker estéril. Nem um único popular pôde lhe dirigir palavra ao vivo. Nem um aceno a combater nenhum tipo de gouverno. Nem uma lembrança da ignorância a respeito da teoria Marxista nos tempos idos da guerra, nem nehuma observação crítica aos agrotóxicos nos cravos plagiados d'outras pontas de armas, nem menção alguma à revolução que nunca acontece e ainda por estrear.
    Mais um treino para a revolução que algum dia há-de vir a acontecer, SEM CONFLITOS, pelo Amor.
    Se o Eduardo Coelho vier a ser o Professor Matos Coelho, minhas Saudações e Salvé a elegância cultivada no porte físico.

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  16. Eduardo
    Há três anos atrás li uma obra dele intitulada "Os cús de Judas". Foi-me tão indigesta que só há muito pouco tempo voltei a procurar outra obra dele. António Lobo Antunes é um ovacionado, premiado e respeitado escritor profissional (desde 1985), português de Portugal, nascido numa familia da alta burgeusia Lisboeta, com sua infancia e adolescencia na metrópole e foi OBRIGADO a fazer o exército, como médico, na então colonia Angolana. Eu sou micro empresária, escritora amadora, portuguesa de ANGOLA nascida numa familia de emigrantes abonados, mas de origem camponesa e fui obrigada a abandonar aquele amado pedaço de chão africano por uma séria incompetencia do governo metropolitano.
    Como pode ver nossa ótica só pode ser completamente diferente.
    Obrigada pelo incentivo na continuação da escrita, mas por enquanto sou apenas contadora de uma história só. Mais um motivo para cada vez mais comparar Sabor de Maboque a um filho. Quando a Gabi nasceu as primeiras perguntas que me fizeram era: qdo vem o próximo? Veio o Marcelo...
    Bjs

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  17. Acertaste. Eduardo Coelho é um amigo querido, devorador de livros e com "elegância cultivada no porte físico", como o professor Matos Coelho.
    Bjs

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  18. Dulce e Jé

    de maneira nenhuma eu pensei em comparar obras ou autores , eu só pensei em talento, e talvez paixão , coisa que todo escritor acredito ter...
    "Todo grande livro é uma reflexão profunda sobre a arte de escrever"
    ele disse ,pode parecer ridiculo mas é simples...

    Eduardo Coelho

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  19. Eduardo
    Com tanto estimulo, logo ficarei tentada de verdade.Bjs

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  20. Caríssimo
    companheiro de tantas calçadas em ruas abertas por N'Dunda e Silva Porto, talvez muitos
    Cafés na Primor, d'elegância com aval da Xinha especializada em Moda, Autora e inventora deste espaço filtro e ferramenta de informação.
    Em questão estão apenas os cús dos judas por onde se embrenham as mentes desta pós-modernidade. A descrição sobre a indiferença da mulher no lar depois da volta do serviço cómoda e seguradamente cumprido nos cús do judas, li-a, embrigado entre tantas outras identificações em sete ou oito noites seguidas depois de 15 a 17 horas de trabalho, ao lado da indiferença julgada ter origem na Mãe de minha filha, ambas pavlovamente a dormirem desde antes das 22:00.
    Eu atendia a apelos do neoliberalismo.
    Hoje, graças à nossa querida DABIDUME de topete e laka com toda a legitimidade a que me obrigo dar-lhe o direito, eu vou reaprendendo filosofia e vou reconhecendo outros sentidos da vida, HOJE. Fernando Henrique Cardoso, o sociólogo com raízes in loco nas ruas francesas de 68, eliminou-A dos colégios e liceus. Mas, felizmente, já deves ter visto no blog daquele Menino teu chará, uma das raízes de Sabor de Maboque a quem a Dulce sempre se dirige aqui de maneira particularmente linda, maternal mesmo, que, Filosofia sempre será a mãe de todas as ciências.
    Ai da ciência ou cientista que der uma de Afonso Henriques. Em cada dez Cafés Filosóficos deste ano aparecem nove. A última foi Quinta-feira e na Casa Cor. E era mulher, a qual há um ano vi-a dirigir-se a uma criança de nove anos pra dizer que no tempo dos nove anos da mãe todas as mulheres eram obrigadas a casar com quem os pais determinassem. Logo depois vi-a recomendar a uma adolescente cursos de como escrever um livro. E a alma? E a bibliografia? E o que move a...
    Tá aí. Proliferação de Donas Hurra Aka s S S S
    Temporáriamente!
    Estou indo procurar a tua Chipala.

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